Disseram-me, hoje, burguês. Falavamos do período da infância, quando passavamos os momentos em família. Assunto prosaico, entre os de trabalho, surgiu quando sentiram cheio de bolo (ou era pão?) no ar.
Doeu-me.
Logo eu, que tanto briguei para os que não têm benefícios - de uma melhor escola, infortúnio de menos patrimônio familiar, ou são vítimas de fatalidades outras - pudessem ter os mesmos direitos, oportunidades e pudessem ´competir´ (em pé de igualdade e condições) e mostrar se realmente eram melhores... Lembro-me, como se fossem ontem, das vezes que abri mão de favorecimentos moralmente questionáveis (que teriam me levado a um ´hoje´ diferente - certamente melhor).
Assim como agora, senti no passado, mas de forma oposta, quando pessoas na mesma situação que a minha abraçaram com tudo essas ´oportunidades´ e tacharam(vide Houaiss)-me de idiota. Senti-me desacreditado por quem, em situação semelhante à minha, dizia que nem reconhecimento teria um dia. Não queria, não quero. Busco somente tentar mudar uma lógica sinistra - na qual todos saem perdendo - do lugar onde ninguém fazia algo para mudar mas de onde é possível e mais possível tentar fazer algo.
Agora, após ser rotulado, fácil assim... Sinto-me...
Tolo.
Queria, ao menos, reduzir os preconceitos e ajudar as pessoas a verem mais umas das outras, além da obviedade que todos esperam, clichês e da facilidade de categorizar, onde é mais fácil criar sua simpatia, ou aversão. Burguês, eu... Só o que me faltava!
Deveria, talvez, ter aproveitado das oportunidades. Certamente teria passado por outras situações chatas, mas essa... Certamente não.
Arrependimento? Não. Apenas a dúvida da certeza antes, absoluta. Não por minhas escolhas e convicções, mas pela falta de retorno mínimo esperado. Respeito à individualidade.
terça-feira, julho 27
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às 21:48
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Um comentário:
Opinião é igual c*: cada um tem o seu e faz o que quer com ele. Tenho a certeza de que, ao seguir sua consciência, seguiu o melhor caminho, fez a melhor coisa. Não se preocupe com o que dizem.
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